Declaração emigrante pós-votação

Rui Martins, Direto da Redação

“Embora quase ninguém saiba no Brasil continental, depois das eleições presidenciais, havia, entre os emigrantes, outra eleição – a destinada a eleger um pequeno Conselho junto ao Itamaraty.
Antes de serem conhecidos os resultados, previstos para o fim desta semana, talvez valha a pena uma declaração. Isso porque, uma possível e mesmo previsível derrota, nos tirará a oportunidade de tocar no tema emigração durante algum tempo.

Discordamos desta recente política da emigração brasileira aplicada pelo MRE e pelo ministro Celso Amorim. Apesar de apoiarmos o governo Lula, achamos ter havido uma falha fundamental na abordagem da questão emigrante, com a entrega de sua elaboração a diplomatas e não aos próprios emigrantes.

Desde as primeiras horas da I Conferência Brasileiros no Mundo defendemos uma política de autodeterminação dos emigrantes, independente do Itamaraty. Nunca entendi que tipo de identidade pode haver entre diplomatas e emigrantes, se na diáspora são distantes e muitas vezes antagônicos.

Nessa mesma Conferência, levantamos um abaixo-assinado, majoritário, para a criação de uma Comissão de Transição mista, composta de emigrantes e de membros do governo, para que a Subsecretaria ds Comunidades Brasileiras no Exterior, criada pelo Itamaraty, fosse devolvida aos emigrantes.

O abaixo-assinado foi ignorado pelo MRE, não se falou mais em Comissão de Transição e se está a aplicar uma política onde os emigrantes são representados num subsubgrupo, de assessoria, de consultoria, sem qualquer importância, sem qualquer possibilidade de levar ao governo as reivindicações dos emigrantes e de criar a normatização necessária (estatuto, leis, regulamentos, decretos norteadores da emigração). Os nossos 3,5 milhões de emigrantes merecem coisa melhor que esse subgrupo, impedido pelos filtros do Itamaraty e seus diplomatas, de chegar diretamente ao presidente e à Casa Civil.”
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