Hippies e Yuppies

Marcos Fayad, Revista Bula

“O musical "HAIR" acaba de estrear no Rio de Janeiro. Ainda não assisti essa montagem, mas vi trocentas vezes a primeira nos anos 70, era amigo de um monte de atores que trabalhavam na peça como o Armando Bogus, Sônia Braga, Laerte Morrone, começava a fazer teatro e ia assistir de graça umas três vezes por semana por puro deleite de ver tão claramente exposta a ideologia da minha geração sobre o palco. Era ideologia, não era moda. As ideias de "HAIR" causaram tanto medo aos poderosos do mundo inteiro que chegaram a inventar um sistema de créditos nas universidades pra nos dividir, não permitir que as mesmas pessoas se encontrassem nas mesmas turmas por anos a fio e pudessem se articular. Amizade e convivência eram um perigo. Cada um fazia seus créditos em turmas diferentes e isso prevalece até hoje. Mas primeiro tentaram nos reprimir e amedrontar de todas as formas conhecidas. Foi “HAIR” que deflagrou tudo isso porque pregava a desobediência civil de diferentes maneiras conforme o País onde viviam os jovens. Nos EEUU eles se recusavam a alistar como soldados pra guerra do Vietnã. Queimavam seus documentos em praça pública.

As músicas de "HAIR" traduziam exatamente nossa filosofia de vida e a mais conhecida e amada delas "Era de Aquarius" tem versos que nos definiam: "Olhos cheios de esperança e um amor que não se cansa na madrugada da Era de Aquarius" — uma coisa linda demais que nos fazia crer que íamos, finalmente íamos, mudar o mundo senil e doido em que vivíamos. O espetáculo era uma porrada na cara dos caretas hipócritas, mas eles lotavam os teatros durante meses e meses, abismados com o que viam, as cores, a desobediência às normas estabelecidas, a nudez coletiva, os temas, os beijos na boca entre pessoas do mesmo sexo.”
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