Guerra e Paz


Mair Pena Neto, Direto da Redação

“Cariocas e turistas que passam o verão no Rio de Janeiro enfrentaram sol e chuva e uma espera em torno de duas horas para ver de perto os painéis Guerra e Paz, de Portinari, exibidos no Teatro Municipal, recém restaurado. A multidão que compareceu ao Municipal nos oito dias em que os murais ficaram expostos confirma a sede de cultura dos brasileiros e o desejo de conhecer melhor a obra de seus artistas, longe de ser saciada.

A fila para ver a maior obra de Portinari era comparável a de grandes jogos de futebol. Começava na porta do Municipal, de frente para a Cinelândia, percorria a lateral do teatro, na avenida Rio Branco, virava na rua Almirante Barroso, fazia um “u” na rua Vieira Fazenda, que dá para os fundos do teatro, retornava à Almirante Barroso e percorria toda a Treze de Maio até voltar à entrada principal.

No último dia da exposição, fazia um calor de rachar no Rio e as chuvas de verão molharam o público que aguardava pacientemente a sua vez. Ninguém arredou pé, esperando o rodízio de 750 pessoas que entravam a cada sessão. E a espera valeu cada segundo.

Antes que os painéis fossem inteiramente revelados, uma projeção em sala escura sobre os próprios murais revelava detalhes de cada um deles, aguçando a curiosidade geral e convocando à observação atenta de sua riqueza. Quando as luzes se acenderam e as duas telas gigantescas ocuparam boa parte do palco, as pessoas aplaudiram entusiasticamente, como se estivessem em cena aberta de uma peça de teatro, numa manifestação pouco comum diante de uma pintura. Portinari deve ter sorrido lá de cima, vendo confirmada sua afirmação de que “uma pintura que não fala ao coração não é arte, porque só ele a entende.”
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