Presente de fim (início) de ano

Carolina Mendes, Revista bula

“Quando eu era pequena, bem pequena, e a cozinheira de casa fazia brigadeiros, eu ficava infernizando a pobre, até que ela me deixasse ajudar a enrolar a massa de chocolate. Evidente que eu não queria esperar estar suficientemente fria. Evidente que a manteiga que passavam nas minhas mãos para não grudar a massa na pele, somada à temperatura ainda alta da massa, tornava a moldagem das bolinhas dificílima. Mas eu insistia, e ficava com as unhas meladas de chocolate.

Depois do começo tortuoso, a massa esfriava um pouco, e eu fazia os brigadeiros mais lindos já vistos na história da humanidade. Tamanho, cobertura de granulado e posicionamento na bandeja, irretocáveis. Até que o tempo passava e eu começava a achar aquilo infinitamente cansativo, e os brigadeiros começavam a crescer, discretamente. Inconsciente tentativa de acelerar o fim da tarefa, e ir brincar no jardim.

Quando percebia meu cansaço, de sacanagem ou para me ensinar alguma lição, ouvia a voz da cozinheira, dizer depois de rir: "Agora você tem que terminar tudo, não insistiu pra fazer?". Aí os brigadeiros dobravam de tamanho, e eu entrava oficialmente no "modo brigadeiro grande". Seguimos. Fim de ano. Todo mundo pelas ruas fazendo brigadeiro grande. Arrumando malas, comprando comida, presentes, encerrando o ano no trabalho. Todo mundo agitado/ansioso, ainda que disfarçando loucamente essa ansiedade Natal/Reveillon, com o já tradicional "odeio essa época do ano".
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