A porta dos fundos do ensino “superior”

Reinaldo Canto, Envolverde

"Primeiro contato de muitos jovens com a faculdade começa com trotes violentos e humilhantes. O que esperar depois?

Todos os anos, nesta época, a triste cena se repete em dezenas de universidades. Calouros chamados de bichos são agredidos e obrigados a cumprir ordens de veteranos alterados e histéricos. Por vezes alguns desses novos universitários enfrentam situações ainda mais graves sofrendo traumas psicológicos, ferimentos e nos casos extremos, até mesmo a morte.

O mais comum é vermos jovens cobertos de tinta pedindo dinheiro nos cruzamentos para a compra de bebidas alcoólicas. As pessoas, com algumas poucas exceções, observam esse espetáculo, mais parecido com um circo de horrores, com complacência e mesmo simpatia. Claro, diriam muitos deles, são jovens comemorando um momento especial de suas vidas. Será mesmo?

Então, vejam abaixo algumas das manchetes de imprensa selecionadas aleatoriamente nas duas últimas semanas:

- Trotes com álcool levam calouros a posto médico;

- Faculdade é criticada por trote violento;

- Trote teve direito a desfile de “bixetes” sobre passarela de calouros;

- Universidade investiga trote com fezes de animal e urina;

- Três calouros são internados em coma alcoólico após trote.

(Tomei o cuidado de não citar os estabelecimentos e as cidades, pois fiz apenas um apanhado sem qualquer pretensão estatística, só ilustrativa).

Bem, diante desses fatos fartamente divulgados pelos veículos de comunicação, proponho uma reflexão:

O que esperar do futuro desses jovens? Qual a responsabilidade desses estabelecimentos ditos de ensino superior?

Os administradores dessas faculdades e universidades costumam fazer vistas grossas aos trotes. A alegação mais comum é de que não é possível controlar a ação dos estudantes que ocorrem em pontos diversos, muitas vezes fora do estabelecimento de ensino.

Lavar as mãos não parece ser a atitude correta de dirigentes universitários responsáveis pela formação das futuras lideranças do país. É preciso romper esse círculo vicioso e gratuito, e criar junto com seus estudantes, familiares e funcionários, alternativas mais amigáveis e construtivas.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Comentários

Murdock disse…
E a cada ano os veteranos tentam superar o que passaram em seus trotes até culminar em uma manchete dessas.

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