Leila Cordeiro, Direto da Redação
“Certa vez ouvi de um diretor de jornalismo de uma emissora de TV que “felicidade não dá audiência”. Na época achei essa frase absurda . Como assim? Quer dizer então que ser feliz é algo tão banal que não desperta interesse no público?
Com o passar dos anos, o mundo das notícias e a própria vida acabaram por me convencer de que a frase do tal diretor não deixava de ter lá seu fundo de verdade. Afinal, quanto mais agressivo, polêmico e até sangrento o assunto melhor, pois isso se traduziria em maior audiência e/ou venda de jornais. Se não vejamos.
Pelos baixos índices de audiência que vêm apresentando, os reality-shows das emissoras só fazem sucesso quando mostram participantes problemáticos, infelizes e deprimidos por algum insucesso ou frustração que tiveram em suas vidas. Se durante as semanas do show surgirem casais que se apaixonam e demonstram total felicidade, parece que há até uma rejeição por parte do público que se reflete nos baixos números da preferência popular.
Nesse caso, o que estaria faltando? Mais infelicidade e menos melação amorosa? Se levarmos em conta a frase do tal diretor de TV, sim. Porque o que garante os pontinhos a mais na audiência são os desencontros e desamores explícitos. Estão ai os personagens das novelas que não o deixam mentir. Quanto mais vilão, mau e sem caráter o personagem, mais o público é atraído, fazendo até que ele se transforme no ponto central da trama.
Quanto aos bonzinhos , estes não tem vez. São sempre chatinhos e desinteressantes. De vez em quando, dependendo do ator ou atriz, um deles se salva na história, mas é tratado como exceção. Para o público, o personagem compreensivo demais, amigável e ético já não combina muito com o mundo de hoje, onde só se vê puxada de tapete ou baixaria parecida, na vida real.”
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