Assassinos da natureza

Rodolpho Motta Lima, Direto da Redação

“Volta e meia andamos nós, aqui no DR, cercados por rótulos que nos nomeiam como esquerdistas ou direitistas. Alguns rejeitam tais caracterizações, julgando-as anacrônicas, irreais ou inadequadas. Eu não. Considero-me realmente uma pessoa de esquerda, assim entendida aquela que está mais interessada nas causas populares do que nos privilégios de elite, aquela que enxerga o social como um vetor bem mais importante que o individual. Para mim – e não me importa aqui o maior ou menor rigor científico desta conceituação –, ser “de esquerda” é preocupar-se com os mais fracos e privilegiar os valores do coletivo.

Para isso , não julgo necessário um vínculo a qualquer partido político, até porque vivemos em um país onde as agremiações partidárias, com raríssimas exceções, não apresentam um rosto ideológico, e, pelo contrário, ostentam máscaras fisiológicas, quando não dissimuladas e traiçoeiras. Algumas até têm uma elogiável carta de princípios , mas, ou não conseguem colocá-los em prática ou têm uma linha programática de fachada, apenas para ser recitada demagogicamente às vésperas das eleições.

Essa absoluta indefinição ideológica, agravada pela absurda multiplicidade de partidos, é que me faz pensar que o chamado “voto de lista” talvez seja um jeito de dar um formato ideológico aos grupos partidários, apurando o cenário político nacional e fixando identidades claras. Mas essa não é matéria para agora, merecendo, certamente, um próximo artigo.

O assunto aqui é o Código Florestal e o processo de votação que aprovou algumas barbaridades, entre elas a impunidade que se pretende atribuir aos que desmataram as nossas florestas, em flagrante crime ambiental.

É estarrecedor que a nossa Câmara Federal possua, em maioria, legisladores “ruralistas”, um eufemismo que esconde, no geral, aqueles que fazem da terra e dos homens objetos de exploração gananciosa. Alguém dirá que tais parlamentares, se estão lá, é porque lá foram colocados pelo povo. Sim, isso é verdade. Mas também é verdade que a maioria deles não mostra a sua verdadeira cara no momento da eleição, escondendo sua faceta retrógrada em campanhas em que o poder econômico se sobrepõe à clareza política.”
Artigo Completo, ::Aqui::

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