Em busca do pastor assassinado

Rui Martins, Direto da Redação

“Era o ano de 1980 e eu tinha ido ao Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra, como reporter da Rádio Suíça Internacional, para entrevistar o reverendo Charler Harper sobre questões ligadas à defesa dos direitos humanos no Brasil.

Sob ditadura militar, o Brasil, naquela época, era alvo de numerosas denúncias por torturas, assassinatos e desaparecimentos, nos jornais europeus. E nosso país tinha um papel importante de apoio à chamada Operação Condor utilizando seus consulados e suas embaixadas e onde os adidos militares eram ativos, prestando serviços aos países governados por ditaduras militares do Cone Sul latinoamericano, desde Montevideu, no Uruguai, a Santiago, no Chile.

A Rádio Suíça Internacional, onde eu acabara de entrar vindo de Paris, assim como a BBC e a RFI, teve um papel importante na divulgação dos crimes da ditadura brasileira e divulgava para o Brasil, em ondas curtas, o que se revelava, principalmente em Genebra, através de relatos de exilados e relatórios de organizações internacionais.

Essa Rádio tinha sido uma fonte de informação, na Europa, sobre o sequestro do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher pela VPR, em dezembro de 1970, cuja libertação ocorreu em troca de 70 presos políticos enviados ao Chile e ali libertados. Entre eles, Alfredo Sirkis. Em 1981, com a publicação do livro de Sirkis, Os Carbonários, contando com detalhes o episódio, tive a oportunidade de me encontrar com Bucher, em Lugano, na Suíça italiana, que me deu sua versão do sequestro, publicada no jornal Le Matin de Lausanne.
Mas voltando a Genebra, onde tinha entrevista marcada com Charles Harper, sua secretária me informou haver um atraso, pois Harper estava em conferência com o pastor James Wright.
Não consegui disfarçar minha surpresa – James Wright ? Para mim, aquela era uma coincidência extraordinária.”
Artigo Completo, ::Aqui::

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