Eberth Vêncio, Revista Bula
“Ocorreram inúmeras manifestações no
planeta no dia 11 de setembro de 2011, data em que se reverenciaram os 10 anos
desde o ataque formidavelmente morticida ao World Trade Center, quando aviões
lotados de gente e raiva foram arremessados contra as Torres Gêmeas.
As cenas incríveis das aeronaves penetrando
nas torres, como se elas fossem de pudim, são as mais contundentes que eu já
vi, desde que um útero revolto em cólicas expeliu-me do seguro arcabouço
materno para me apresentar, a muito contragosto, as agruras do mundo. Há dez
anos, eu imaginei que seria a deflagração da nossa última guerra mundial. Mas a
estúpida saga do Homem na Terra não encerrava ali.
Ao homenagear as vítimas do massacre
binladesco, muitas lágrimas rolaram em rostos convulsionados de saudade, mas
houve também quem comemorasse a data com danças, bebidas e rajadas de
metralhadora, como se fora um 04 de julho às avessas.
Não. A estória que passo a descrever a
seguir não se trata de mais um devaneio de cronista sem inspiração plausível,
ou um desagravo à miséria humana, aos que foram soterrados vivos em Nova Iorque, às
famílias enlutadas, aos vultosos danos materiais do Pentágono ou à impensável
crise financeira norteamericana advinda ao ataque. Tampouco foi psicografada a
partir dos depoimentos fantasmas de Obama Bin Laden, ou melhor, Osama Bin Laden
(eu sempre a me atrapalhar com obamas e osamas...).
Até porque, ignóbil assumido do tema (e
pouco interessado em respostas ao enigma da existência), eu suponho que nenhuma
criatura bípede razoavelmente sensitiva submeteria os seus atributos mediúnicos
unicamente ao cargo das declarações revanchistas de um facínora.
Quem me contou o fato ocorrido, com
indisfarçável orgulho nos lábios e nos gestos, foi o Belaminho, um cinquentão
que trabalha (?) como assessor de um famoso parlamentar em Brasília. Apesar
do limitadíssimo grau de conhecimento mútuo, o sujeito sentiu-se deveras à
vontade (na verdade, ele sempre me parece embriagado) para relatar a orgia
impetrada numa mansão do Lago Sul, tim-tim por tim-tim, como sói ocorre aos
fanfarrões que se regozijam com as próprias aventuras sexuais, geralmente
proibitivas, de acordo com os padrões morais da maioria da sociedade. Mentir é
também uma imoralidade, mas não duvido nem um pouco do relato daquele falastrão.”
Artigo Completo, ::Aqui::
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