Cuidado: texto contaminado. Não leia nem fodendo!

Eberth Vêncio, Revista Bula

Obrigado por não trocar de página, obstinado leitor. Ao contrário do que a saga moralista possa supor, o título nada mais é que arapuca para se atrair os olhos. A expressão chula ao final da frase (cujo significado seria “de jeito algum”; “em nenhuma hipótese”), que para muitos soará grosseira e dispensável, vocábulo fuleiro largamente utilizado entre quatro paredes até pelos mais pudicos amantes (ou indecentes gestores corruptos), a mim pareceu bem cabível, a despeito das recomendações maternoeditoriais e comichões do bom-mocismo. Prossigamos.

Ao contrário de mim, uma médica moradora de Sobradinho teve intenção verdadeiramente repelente ao fixar um cartaz no portão de casa com os seguintes dizeres ameaçadores: “Muro contaminado com sangue HIV positivo. Não pule”. Sem dúvida, muito mais criativo e impactante que o tradicional “Cuidado: cão feroz”.

A mulher experimentou notoriedade nos últimos dias, não pela descoberta de alguma técnica inovadora para se colar os ossos (a doutora é ortopedista), mas, sim, pela placa aterradora e por ter colocado sobre o muro da sua casa um sem número de seringas supostamente contaminadas pelo vírus da AIDS (haja sangue e gosma!). Ainda bem que ela teve o bom senso de não despejar sêmen contaminado com treponemas nos ladrilhos. Quem não tem fosso com crocodilos se vira mesmo é com micróbios. Parafraseando o cantor popular Nando Reis, somos os cegos do castelo.

Para justificar a ação bizarra, que a mim pareceu um escarrado e hilário manifesto, a médica alegou não tolerar mais que os meliantes invadissem sua propriedade para surrupiar pertences e aterrorizar a família. O Conselho Regional de Medicina, assim como os marginais invasores, promete ferrar a pobre doutora.”
Artigo Completo, ::Aqui::

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