A indigestão de Gaia


Edival Lourenço, Revista Bula

“Com o aquecimento global, os furos na camada de ozônio e outros quizilas do planeta, a Teoria de Gaia de James Lovelock vem ganhando credibilidade junto à comunidade científica. Vamos aproveitar então admiti-la como válida.

Segundo essa corrente de idéias, a Terra seria um sistema auto-regulável de interações complexas entre organismos vivos e não-vivos. Assim como nosso corpo que tem parte orgânica e mineral, trocando figurinhas o tempo todo. É bom lembrar que a quase totalidade do planeta é constituída de material não-vivo e só uma pequena crosta, a biosfera, tem o dom especial de abrigar a vida. Para Lovelock a terra seria um bicho vivo, como um boi, um coral, um jumento ou um cupim.

Lembre-se,pesquisas asseguram que o planeta Marte já teve fartura de água e presença de vida, pelo menos microscópica. No entanto, por alguma avaria climática, cuja causa ainda não se conhece, a água evadiu-se para local incerto e não sabido e a vida desapareceu por completo. Portanto não é alarme de ecologista sem noção de que a vida na Terra possa a qualquer instante entrar em declínio, por causas naturais ou por ação e mérito de seu habitante mais interventor: o homo Sapiens (eu, você, o Bill Gates, a Gisele Bündchen, o doidinho da carrocinha). Um bicho bruto como nós, é bem provável que habitamos o centro fabril do animal planetário: o sistema digestivo. Somos uma lombriga. Uma lombriga anfíbia que oscila entre as relações cooperativas e parasitárias.

Poderíamos aventar que, até o advento da Revolução Industrial, o ser humano manteve com a Terra uma relação cooperativa, de proveito a ambas as partes. Éramos apenas um fornecedor de enzimas para catalisar a digestão. Todavia, com a entrada em cena da Revolução Industrial e suas máquinas malucas, queimando carvão e petróleo e expelindo dióxido de carbono, revolvendo o meio ambiente feito louco, o homo Sapiens sofreu uma metamorfose endiabrada. Digamos que antes a gente era só uma espécie de Triconinfa (um protozoário dócil que fornece a enzima que quebra a celulose na digestão bovina). Mas, com a mutação, nos convertemos numa espécie de Tênia Solium, a terrível lombriga solitária, que exaure o organismo hospedeiro para se sustentar, impingindo-lhe a desnutrição crônica. E o que é pior: ainda laça ovos peçonhentos no sistema nervoso central, causando doenças incuráveis e letais.”
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