Romeu Prisco, Direto da Redação
“O fanatismo de fã leva seu portador
a rejeitar qualquer crítica ao ídolo, por mais verdadeira que seja.
Assumida a condição de fã ao extremo, o ídolo se torna intocável, por pior que
sejam suas atitudes fora de cena. Por ele se faz qualquer sacrifício,
mormente em grupo. É o caso das admiradoras de Justin Bieber. Para ver um
rápido aceno de mão do ídolo, que nem sempre acontece, as fãs
permanecem horas a fio, debaixo de sol e chuva, frio e calor, olhando a
sacada de um hotel e esperando freneticamente aquele momento.
Quando o ídolo não aparece, as fãs se
contentam em cumprimentar e tirar fotos com a equipe de segurança, postada
na entrada do hotel ! Até aí, nada de mais, pois o prejuízo fica por conta
apenas do tempo perdido. Entretanto, há ídolos, conforme
suspeitou uma comentarista da TV Gazeta, após o primeiro "show"
do jovem cantor canadense, que se apresentam dublando seu
repertório, somente se movimentando no palco, acompanhando a
gravação do "playback". Madonna também já se valeu deste
expediente, em turnês pelo Brasil. Mas as fãs, presentes ao
"show", não estão nem aí, mesmo sendo solenemente enganadas.
Tomadas de histerismo coletivo, esquecendo-se da enorme dificuldade para
chegar e entrar no local do espetáculo, principalmente dos valores
desembolsados para aquisição dos ingressos, passam a chorar e a
berrar palavras incompreensíveis.
Depois, quando aparece um abusado
escritor-jornalista, dizendo que isso cheira a estelionato, será
ele acusado de grave ofensa ao ídolo, mesmo atribuindo parte da
responsabilidade pela "pirataria" aos organizadores do
evento. Se é para ver o ídolo apenas rebolando no palco, amparado por um som
eletrônico ensurdecedor, melhor assistir a um DVD em casa, confortavelmente
instalado numa poltrona, cercado de salgadinhos e refrigerantes. Se a dublagem
ocorre no palco de uma emissora de televisão, sem espaço suficiente para
comportar todo aparato musical e sem cobrança de ingresso para a platéia,
é aceitável, nunca, porém, numa apresentação de super montagem
e altíssimo custo.
Já passei por outras situações
incomodas com a minha sinceridade, além daquelas decorrentes do meu
último texto. Nem por isso vou desistir. Certa vez critiquei Rita Lee, não por
suas qualidades artísticas, mas por uma declaração sua, quando alegou que
"paulista não sabe fazer festa". Ora, não bastasse Rita Lee ser
paulistana de nascimento, essa declaração se deu em função das festividades
projetadas para comemoração do aniversário de fundação da cidade de São Paulo,
sendo ela, Rita Lee, artista contratada, mediante remuneração, para fazer
publicidade institucional da programação.”
Artigo Completo, ::Aqui::
Comentários