O que você faria se fosse imortal?


Edival Lourenço, Revista Bula

“Já imaginou o que faria se descobrisse que por alguma razão você tivesse se tornado imortal? Ter consciência de que o tempo continuará passando irremediavelmente para os outros, mas para você ele estará para sempre estancado?

O fato por certo traria grandes alterações de perspectivas em sua vida. Poderia levá-lo a percorrer novos e diversos caminhos, dependendo obviamente de seu temperamento e de suas escolhas.

Poderia, já que é imortal, cair num hedonismo aventureiro e doidivanas, curtindo cada momento de sua vida com toda intensidade, colhendo orgasmos pela vida, que nem borboleta que oscula flores.

Poderia, já que é imortal, dar início a projetos grandiosos, desses que não cabem no manequim de uma vida singela. Poderia edificar bibliotecas circulares, escadas infinitas, ou qualquer obra que pudesse trazer redenção para a humanidade. Escrever uma nova “Odisseia”, uma nova “Comédia Humana” ou um novo “Em Busca do Tempo Perdido”. Poderia até empreender viagens interestelares, dessas em que se gastam milhares de anos-luz para percorrer. Mas um dia, quando a vida na Terra já tivesse ido pro beleléu, você chegaria ao destino, são e salvo, com os genes humanos ainda intactos, pronto para multiplicá-los, num planeta distante e seguro. Afinal, você tem consciência de que jamais será alcançado pela ceifa da morte.

As possibilidades são infinitas. Vão depender unicamente de sua imaginação. E você terá, não o tempo, mas a eternidade inteira para imaginar o que quiser.

No Brasil temos algumas pessoas que foram brindadas com a imortalidade. Não me refiro àqueles senhorzinhos que vestem fardões geriátricos e atravessam os umbrais da vetusta Academia Brasileira de Letras, chamando-se, iludidamente, de imortais. Assim, de cabeça, me lembro de Oscar Niemeyer e José Sarney (seria coincidência os dois terem Y no nome, ou um distintivo genético da imortalidade?).”
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