Elton Alisson, Agência FAPESP
“A cozinha franqueou a entrada das mulheres
no laboratório científico – o marco da ciência moderna que se transformou em um
espaço eminentemente masculino, onde algumas delas se destacaram a duras penas
em áreas que até então não atraiam a atenção dos homens.
A avaliação foi feita por Ana Maria
Alfonso-Goldfarb, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São
Paulo, na penúltima edição do Ciclo de Conferências Ano Internacional da
Química – 2011, realizada em 9 de novembro no auditório da FAPESP com o tema “A
contribuição de Marie Curie para a ciência e um olhar sobre o papel das
mulheres cientistas”.
De acordo com Goldfarb, foi por meio da
habilidade de atear e controlar o fogo para preparar os alimentos – considerada
uma atividade difícil e propriamente feminina – que as mulheres ajudaram a
desenvolver até meados da Idade Média uma série de produtos. Entre eles estão
os primeiros destiladores, extratos, além de perfumes, medicamentos, pomadas e
licores.
“A cozinha era um espaço restrito para a
maioria das mulheres. E foi entre a preparação de caldos e guisados que elas
começaram a praticar o trabalho de laboratório desenvolvendo uma série de
produtos que, posteriormente, passaram a ser utilizados por médicos e
botânicos, na maioria das vezes se apropriando das descobertas femininas e não
lhes atribuindo o devido crédito”, disse.
Segundo a pesquisadora, foi entre os
séculos 16 e 17, quando o prelo se tornou importante e aumentou a circulação
dos livros, que a “medicina da cozinha” ou “química das damas”, como foi
denominado esse trabalho realizado pelas mulheres nos laboratórios-cozinha da
época, ganhou maior importância.”
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