Nossa época não é para Glauber Rocha


“O cineasta baiano era movido pela utopia: é difícil imaginá-lo vivendo num mundo colonizado pelo capital e dominado pelo consumo

Outras Palavras / Destaques

Geralmente, quando ouvimos a palavra utopia, logo a associamos ao conhecido conceito de Thomaz Morus, que a traduz como uma realidade inalcançável, um desejo irrealizável. Foi assim, por exemplo, que Friedrich Engels a definiu, na sua conhecida obra Do socialismo Utópico ao Socialismo Científico, traçando uma linha divisória entre os conceitos que ele dizia “ingênuos” dos socialistas que o precederam e o socialismo científico de Karl Marx.

O pensador húngaro Karl Mannheim, criador da metodologia conhecida como “Sociologia do Conhecimento”, também se ocupou do tema e o seu livro Ideologia e Utopia, na década de 1950, teve ampla aceitação na Universidade brasileira, na época em que a Universidade discutia os rumos do país. Ali, de forma diferente de Engels, Mannheim via a Utopia como uma forma de ser, um comportamento, que estaria em incongruência com uma dada realidade.

Iríamos então nos referir como utópicas aquelas orientações que, transcendendo a realidade, tendem a se transformar em condutas a abalar, seja parcial ou totalmente, a ordem das coisas que prevalecem no momento. Desta forma, ao limitar o conceito de “utopia” ao tipo de orientação que transcende a realidade e que, ao mesmo tempo, rompe as amarras da ordem existente, Mannheim passa a estabelecer uma distinção entre o estado de espírito utópico e estado de espírito ideológico, pois este segundo conceito se contrapõe ao anterior, dado que a ideologia se calca numa situação onde o inconsciente coletivo de certos grupos obscurece a condição real da sociedade, tanto para ele como para os demais, lutando para estabilizá-la. Os grandes líderes, aqueles que fizeram a história, seriam então utópicos por excelência.”
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