Eberth Vêncio, Revista Bula
“Há diversos paradoxos para se enumerar
nesta vida. Por exemplo: a dicotomia entre deus e o diabo, a peleja entre o bem
e o mal, conforme magistralmente mostrado na prosa do escritor médico Guimarães
Rosa em “Grande Sertão: Veredas”. Uau! Que livro!
Pois então. Não somente as autoridades
advertem, mas, as próprias cervejarias recomendam (forçadas pelo tacape da
lei), ao final de suas belas peças publicitárias repletas de garotões sem
barriga e mulheres jovens saradas: “Se beber, não dirija”.
No fundo, no fundo, os telespectadores
ficam imaginando que, ao tomarem cervejas das marcas xis ou ipissilone, ficarão
tão felizes e atraentes quanto aquelas personagens sorridentes da telinha. Pior
que, às vezes, a metamorfose alcoólica prevalece e nos tapeia. Feiosos viram
galãs. Barangas transformam-se em princesas. Tudo não passa de ilusão e fantasia. É
fato: ninguém sai melhor depois de um porre.
Gosto de ouvir o doutor televisivo Elsimar
Coutinho em suas palestras e entrevistas, por causa da inteligência, sarcasmo,
bom humor, cultura vasta e coragem ao defender os seus pontos de vista quase
sempre polêmicos. Não é incomum que ele seja criticado (e invejado) por seus
pares de jaleco, devido ao falatório, à verborragia, opiniões nem sempre
referendadas pela comunidade científica.
Já presenciei algumas falas do ilustre
médico baiano. A última ocorreu no feriado, durante o Congresso Brasileiro de
Ginecologia e Obstetrícia, na chuvosa e friorenta Curitiba. Enquanto ensinava,
divertia e convencia a seleta plateia de doutores que lotava o auditório,
quanto à suposta inutilidade dos catamênios na vida das mulheres, o autor de
“Menstruação: A Sangria Inútil” fez um adendo ao comentar sobre a Lei Seca e o
esforço governamental para mitigar os efeitos do álcool no trânsito.”
Artigo Completo, ::Aqui::
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