Alexandre Sayad, Aprendiz / Envolverde
“O que mais se discute, e se reflete, em
relação à educação brasileira é a escassez – em todas as áreas. As greves de
educadores, que minam o estudo do mais pobres, tem como pano de fundo a
reivindicação de um salário menos ralo; se os jovens pudessem entrar em greve,
pediriam certamente aulas menos esporádicas. Os secretários municipais, por sua
vez, culpam a falta de qualidade do ensino pela escassez de recursos repassados
da União, já intelectuais bradam contra a insuficiente porcentagem do Produto
Interno Bruto (PIB) para a área.
Na educação, menos nunca significou mais.
No entanto, no combate à falta de sentido que a escola tem hoje para o aluno,
há experiências em que a teoria minimalista pode se valer.
O escritor José Santos é um educador que
buscou na economia de palavras, e nos caminhos da comunicação, uma maneira
inteligente e sensível de unir aprendizado, identidade e sentido. Suas oficinas
itinerantes de “micropoemas” valorizam a descoberta do verso pelas crianças e
jovens – e o uso da poesia como expressão.
O autor usa delicadeza e para desvelar os
segredos de poemas curtos, inspirados muitas vezes na essência dos haikais
japoneses. Mais que isso, ele estimula os estudantes a produzirem os seus
próprios, que devem sintetizar desejos e refletir a vida de cada um – inclusive
seu entorno comunitário.”
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