Encontros (e desencontros) com Daniel Piza


Julio Daio Borges, Digestivo Cultural


Ouvi falar do Daniel Piza na época do Waaal (1996). Lembro, particularmente, do Roda Vida com Paulo Francis, em que ele dizia que o Daniel tinha 26 anos e, como Schopenhauer, já estava "cansado da vida". Logo depois, quando o Francis morreu (1997), eu trabalhava, como estagiário, numa consultoria que assinava a Gazeta Mercantil. E acabei lendo o necrológico, que o Daniel fez para o Francis, no jornal. Fiquei tão emocionado com o que ele escreveu que tomei coragem e enviei um fax, comentando o texto. O Daniel me surpreendeu quando respondeu por e-mail. Eu nunca tinha recebido o e-mail de uma "personalidade" antes. Começamos nossa correspondência aí, com um pedido meu de coisas do Francis para ler, já que estava me sentindo órfão. O Daniel me passou a lista dos livros dele, comentando cada título.

* O "Caderno Fim de Semana", que o Daniel editava, saía às sextas-feiras e eu esperava até o fim do expediente para poder surrupiá-lo do escritório e levá-lo para casa. Era um time de estrelas, que o Daniel comandava, e acho que nunca mais houve outro igual, no jornalismo cultural impresso brasileiro. Era a Sonia Nolasco de Nova York, era o Ivan Lessa de Londres, o Luís Antônio Giron fazendo reportagens, o Sergio Vilas-Boas fazendo perfis, o Marcelo Rezende em Paris, o Gabriel Priolli sobre televisão... (entre tantos outros) E o Daniel inaugurando a coluna Sinopse, arranjando tempo para visitar exposições, como uma de autorretratos do Rembrandt na National Gallery, e fazendo matérias de capa, e especiais como o de 30 anos do AI-5. O "Fim de Semana", não resta dúvida, ficou para a história, como a revista Senhor, nos anos 50, o Pasquim, no anos 60, a Realidade, nos anos 70 etc.”
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