Leila Cordeiro, Direto da Redação
“Até hoje estão a procura de quem inventou
que mulher sarada é aquela que tem praticamente corpo de homem com nomenclatura
masculina para os músculos como barriga de tanquinho, braços e pernas definidos
com panturrilhas musculosas e etc..etc... Uma enormidade de nomes e definições
para um corpo talhado a malhação excessiva e muitas vezes até sob efeito de
anabolizantes.
O pior é que todas parecem clones umas das
outras. O bum bum é o mesmo, os seios siliconados também e aqueles braços de
halterofilista idem. Um verdadeiro exército de robos femininos, quase biônicos
e assexuados, porque a leveza e a sensualidade naturais da mulher,ficam
escondidas naqueles feixes de músculos avantajados.
Em contrapartida vemos nas passarelas
mulheres tão magras que parecem até que trocam as pernas ao desfilarem. Ossos
pontudos e corpos magérrimos formam um outro exército, o da moda talhada na
ponta do lápis dos estilistas. Eles dizem que para desfilarem roupas com
elegância as modelos tem que se parecer com cabides para que as peças tenham um
caimento impecável. Dá para entender?
E se de repente aparecesse uma dessas
musculosas saradas , bronzeadas e atarracadas na passarela vestindo um
Oscar de La Renta
bem justo, o que aconteceria? Será que faria da roupa do design um fracasso? E
se uma das modelos magrelas, branquelas e tísicas surgissem na avenida
para desfilar em alguma escola de samba, conseguiria levar o público ao delírio
com suas formas nem um pouco definidas?”
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