“Um retrato de Margaret Thatcher para
quem não gosta de política, não conhece os fatos políticos nem tem interesse em
conhecê-los.
Bruno Carmelo, Discurso-Imagem
A Dama de
Ferro é o típico filme de forma sem fundo. Para
representar Margaret Thatcher, personalidade facilmente reconhecível mas de
quem se conhece pouco, a diretora deste drama teve que nivelar por baixo: falar
da personalidade política sem falar de política, ou seja, destacar as intenções
sem julgar as ações.
1) “O bom
político é aquele que se impõe contra todos”
O filme poderia
ser divido em duas metades: a história da protagonista até sua ascensão ao
poder, e a descrição de seu governo. A primeira parte apresenta de maneira
romanceada a trajetória da jovem Margaret, loira tímida numa cidade em que
todas as moças são morenas e maliciosas; mulher num território de homens; filha
de comerciantes num território de aristocratas. Todos os fatores estão contra
a protagonista, e por isso sua ascensão parece ainda mais espetacular.
Phyllida Lloyd,
diretora do nada sutil Mamma Mia!,
mostra novamente seu olhar preto e branco para os contrastes sociais, raciais e
políticos. Sua Margaret Thatcher é menos uma mulher política do que um símbolo:
as pérolas, o chapéu, os sapatos, duas ou três frases de efeito. Na primeira
metade de seu filme, as imagens mostram os sapatos de salto de Thatcher
cercados por sapatos sociais pretos, suas unhas pintadas sobre a mesa, ao lado
de mãos cobertas de pelos. Ou seja, o primeiro item aqui é simples: ela é
mulher, de origem humilde. Ela é uma minoria, e sua vitória social (mais do que
política) se apresenta como um fator louvável e democrático em si.”
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