A Dama de Ferro (Reino Unido, 2011)

“Um retrato de Margaret Thatcher para quem não gosta de política, não conhece os fatos políticos nem tem interesse em conhecê-los.

Bruno Carmelo, Discurso-Imagem

A Dama de Ferro é o típico filme de forma sem fundo. Para representar Margaret Thatcher, personalidade facilmente reconhecível mas de quem se conhece pouco, a diretora deste drama teve que nivelar por baixo: falar da personalidade política sem falar de política, ou seja, destacar as intenções sem julgar as ações.

1) “O bom político é aquele que se impõe contra todos”

O filme poderia ser divido em duas metades: a história da protagonista até sua ascensão ao poder, e a descrição de seu governo. A primeira parte apresenta de maneira romanceada a trajetória da jovem Margaret, loira tímida numa cidade em que todas as moças são morenas e maliciosas; mulher num território de homens; filha de comerciantes num território de aristocratas. Todos os fatores estão contra a protagonista, e por isso sua ascensão parece ainda mais espetacular.

Phyllida Lloyd, diretora do nada sutil Mamma Mia!, mostra novamente seu olhar preto e branco para os contrastes sociais, raciais e políticos. Sua Margaret Thatcher é menos uma mulher política do que um símbolo: as pérolas, o chapéu, os sapatos, duas ou três frases de efeito. Na primeira metade de seu filme, as imagens mostram os sapatos de salto de Thatcher cercados por sapatos sociais pretos, suas unhas pintadas sobre a mesa, ao lado de mãos cobertas de pelos. Ou seja, o primeiro item aqui é simples: ela é mulher, de origem humilde. Ela é uma minoria, e sua vitória social (mais do que política) se apresenta como um fator louvável e democrático em si.”
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