O mal são os outros

“Filme de terror satiriza a paranoia securitária americana opondo os habitantes da cidade aos do campo.

Bruno Carmelo, Discurso-Imagem / Outras Palavras

Tucker e Dale contra “o mal”. Esse “mal” do título pode ser o malvado infantil, dos livros maniqueístas que dividem o mundo em mocinhos e bandidos, mas também pode ser o mal que, não muito tempo atrás, George W. Bush evocava em seu “eixo do mal”, o que justificava a invasão americana no Iraque em busca das “armas de destruição em massa”, mais fictícias que os bandidos infantis.

Pois é este espírito de vingança contra uma força maléfica anônima e poderosa que se instaura nesta paródia americana, que não hesita a utilizar a sinopse mais clássica dos filmes de terror adolescentes: um grupo de jovens belos e atléticos decide acampar no meio de uma floresta – que havia pertinentemente sido o palco de um massacre anos atrás. Em plena noite, eles são atacados.

A diferença é que neste caso, ao invés do terror, o roteiro busca a farsa, outro elemento repleto de códigos previsíveis e de apelo popular certeiro. Neste caso, o que interessa é que as identidades dos personagens sejam mal compreendidas pelos elementos em jogo, e que o espectador seja o único a conhecer a identidade de todos. Nos anos 1940, confusões deste tipo davam origem a musicais como os estrelados por Ginger Rogers e Fred Astaire (em O Picolino, Ginger confundia Fred com o marido de sua melhor amiga), mas neste caso, a confusão nasce do medo do outro: os adolescentes supõem que Tucker e Dale, dois pacíficos caipiras, são assassinos cruéis, enquanto estes pensam que os jovens da cidade fazem parte de uma seita suicida.”
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