André Porto Alegre, meio&mensagem
“Na detalhada análise da nova grade de
programação da TV observa-se que o fenômeno da ascensão da classe C padece de
um equivoco semântico, pois o desembarque no consumo não se trata de um
processo espontâneo das camadas mais populares dos brasileiros e sim um projeto
elaborado pelos poderes hegemônicos da comunicação nacional, portanto uma
assunção.
Aos esquecidos é bom lembrar que é sutil a diferença entre ascensão e assunção e está no fato de que o primeiro processo se dá por capacidade própria. Jesus ascendeu aos céus por seus próprios meios. Enquanto na segunda situação há a interferência fundamental de um terceiro. Maria foi assumpta pelo poder de Deus. Consta que levada por anjos.
Estabelecidas as diferenças, voltemos à classe C. Para os meios de comunicação, notadamente a TV, a classe C é incapaz de ascender socialmente, mesmo que brindada com uma maior e mais igualitária distribuição de renda. Portanto necessita de uma programação recheada de situações onde prevalece a estética do mau gosto, para, por assim dizer, ser carregada.
Por isso somos bombardeados, na ficção ou no noticiáiro, com uma série de situações inusitadas que em nada refletem a vida do brasileiro comum, a não ser na cabeça dos executivos que confundem distribuição de renda e acesso ao consumo com a proliferação do bizarro.”
Aos esquecidos é bom lembrar que é sutil a diferença entre ascensão e assunção e está no fato de que o primeiro processo se dá por capacidade própria. Jesus ascendeu aos céus por seus próprios meios. Enquanto na segunda situação há a interferência fundamental de um terceiro. Maria foi assumpta pelo poder de Deus. Consta que levada por anjos.
Estabelecidas as diferenças, voltemos à classe C. Para os meios de comunicação, notadamente a TV, a classe C é incapaz de ascender socialmente, mesmo que brindada com uma maior e mais igualitária distribuição de renda. Portanto necessita de uma programação recheada de situações onde prevalece a estética do mau gosto, para, por assim dizer, ser carregada.
Por isso somos bombardeados, na ficção ou no noticiáiro, com uma série de situações inusitadas que em nada refletem a vida do brasileiro comum, a não ser na cabeça dos executivos que confundem distribuição de renda e acesso ao consumo com a proliferação do bizarro.”
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