Menalton Braff, Revista Bula
“Que me perdoem os leitores se exulto,
quase sozinho, com a chegada do frio. Meu amigo Adamastor, que veio do Cabo da
Boa Esperança, no sul da África, fica escandalizado com minhas preferências. É
que o Sol, este astro rei (caramba! quando é que vamos deixar de ser
monarquistas?) torna-se menos agressivo, seus raios nos acariciam em lugar de
arranhar-nos. As tardes, menores e mais encolhidas, parecem convidar para
conversas menos estridentes, para aquele tipo de prosa em que não se tem pressa
de chegar ao fim. Duas cadeiras na varanda, um bom vinho em taças pequenas, e a
conversa esticada apenas pelo gosto da troca.
O clima frio exige recolhimento e conduz à
reflexão. As longas noites são invadidas pelo estudo, pela leitura, porque o
silêncio é companheiro do frio assim como o barulho o é do calor. O mundo
exterior mais reduzido estimula o exercício da imaginação. Portas e janelas
fechas forçam-nos o olhar para o interior.”
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