Mair Pena Neto, Direto da Redação
“Apesar de todos os contratempos e de um
cenário mundial adverso, que buscava fazer crer que só existia um modelo
político possível, o Brasil conseguiu avançar nos últimos anos e parece
disposto a seguir nessa toada. Embora com muitas limitações e quase sem
rupturas, a questão social foi colocada no centro das questões políticas, o
papel do Estado como indutor do desenvolvimento foi retomado e questões
pendentes da história começam a ser enfrentadas.
A leitura dos jornais nos últimos dias
comprova essa caminhada. Em meio ao mar de lama da CPI do Cachoeira, que atinge
sobretudo políticos da oposição, uma empreiteira corrupta e um notório veículo
de comunicação, o país avança. O governo reforça os programas sociais, com o
recente anúncio de novas políticas, como a voltada para a primeira infância,
que assegura amparo às famílias com crianças de 0 a 6 anos e fortalece a
construção de creches. No campo econômico, prossegue a ênfase na redução
dos juros, com enfrentamento dos bancos e sua cobiça por juros astronômicos. E
o Estado avança na transparência, com o primeiro passo no funcionamento, ainda
precário, é bom que se diga, da Lei de Acesso á Informação, que tende a inibir
a corrupção nos órgãos públicos.
O ato mais recente e simbólico das mudanças
por que passa o país foi a instalação da Comissão da Verdade, que investigará
os crimes da ditadura. Foram necessários 28 anos após o fim do regime de
exceção para que o país tivesse condições de enfrentar seu passado insepulto e
tentar curar de vez as cicatrizes ainda abertas dos horrores cometidos nos anos
de chumbo.”
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