“Antônio, santo casamenteiro com fama de
homem bonito; João Batista, um dos patronos do cristianismo; Pedro, o fundador
da Igreja Católica. Comemorados no mês de junho, num dos mais alegres ciclos de
festas populares no Brasil. Hoje cristãs, as festas juninas têm origem pagã
Luis Pellegrini, Brasil 247 / Revista Oásis
Quem, numa noite fria de junho, não pulou
fogueira, comeu canjica, bebeu quentão? Quem não dançou quadrilha, soltou rojão
e, se vier lá do nordeste, não subiu num pau-de-sebo? As festas juninas estão
profundamente gravadas no imaginário de todos nós, brasileiros. Elas são os
mais alegres e populares festejos de fundo religioso, sobretudo em cidades do
interior e zonas rurais.
Organizadas ao redor de três santos
benfazejos e bonachões – Santo Antônio, São João, São Pedro –, essas festas
constituem um período único no qual ruas, clubes, igrejas, praças e escolas são
enfeitadas com bandeirolas multicoloridas e mastros com as figuras pintadas dos
santos colocadas no alto. No Nordeste, junho é um mês musical, vivido ao som de
canções sertanejas, baião, xaxado e forró. Duas cidades não medem esforços para
promover o melhor São João do mundo: Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande,
na Paraíba.”
É ao Sudeste, porém, que estão mais
atreladas as origens das festas juninas. Aquele personagem de chapéu de palha,
dente cariado, calça rancheira remendada e camisa xadrez é um típico caipira do
interior paulista e mineiro. As comidas típicas também são da região: pé-de-moleque
(rapadura com amendoim), canjica, curau e pamonha (variedades de pudim de
milho), pipoca, batata-doce assada e quentão (infusão de cachaça ou vinho com
gengibre, limão, cravo e canela).
Trazidas ao Brasil pelos jesuítas e pelos
portugueses, as festas juninas rapidamente caíram no gosto popular. Os índios
as adoravam a tal ponto que, até hoje, a culinária tradicional dessas festas
denuncia sua influência. A canjica de milho verde, por exemplo, deriva da papa
de água e milho, bem como outras guloseimas da terra de Pindorama, como
amendoim cozido, cana-mirim, batata-doce, inhame, jenipapo, aipim. Com o tempo,
ingredientes das culturas africana e europeia enriqueceram os pratos de base
indígena: açúcar, leite de coco, erva-doce, cravo e canela, sal.”
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