Menalton Braff, Revista Bula
“Em uma crônica deste mesmo espaço, coisa
de alguns anos atrás, comentei quanto tenho aprendido sobre o ser humano pela
observação dos animais. Meu amigo Adamastor, o gigante, maliciosamente outro
dia disse que tem aprendido muito sobre os animais pela observação dos seres
humanos. Mas o Adamastor, quando se pensa irônico, na verdade, torna-se
sarcástico. Não importa a direção, qualquer que ela seja, temos de admitir o quanto
nos parecemos, todos nós, os habitantes deste planeta. O carbono que o
diga.
Aqui em casa, temos um vaso pendurado na
parede da garagem, e nele plantamos duas mudas de tostão, cujos cordões com
suas pequenas e gorduchas folhas hoje caem em volta do vaso como uma cachoeira.
Pois foi aí que o casal de coleirinhas resolveu construir seu lar.
Depois de criada a primeira dupla do novel
casal (criação em que tive certa participação, modesta, mas efetiva), eles
voltaram a ocupar sua casa para repetir a ação que lhes dá continuidade.
Primeira constatação: eles sempre criam dois filhotes a cada ninhada, sem
jamais enfrentar problemas de espaço em sua habitação. Lá estão, já, dois belos
filhotes, com os bicos levantados e abertos toda vez que me aproximo. Não
consigo imaginar qual a semelhança entre mim e sua mãe para que me confundam
desta maneira. Mas isso não vem ao caso, pois não quero meter-me nas
idiossincrasias de meros filhotes. Nesta história quem me interessa é a própria
genitora, ou melhor, seu comportamento de passarinha.”
Artigo Completo, ::AQUI::
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