Diogo Luz, Revista Bula
“A foto é um instante eternizado de
ausências. O recorte de um momento para ser dividido com quem não participou da
celebração ou do luto por motivos importantes, mesquinhos ou corriqueiros. Uma
viagem, doença, trabalho ou até mesmo porque ainda não nos conhecia ou preferia
esquecer. De qualquer forma, a revelação de um genuíno altruísmo e também a
acusação venenosa de vingança: não estávamos lá.
É impossível descobrir o desenrolar e o
prelúdio do ápice. Ficamos restritos àquele fragmento congelado de tempo. O
vestido branco eternamente imaculado, os lábios vermelhos emoldurando o sorriso
de comercial, enquanto a renda nos braços esconde com o trançado translúcido
dos fios a pele exposta no decote das costas. Olhando com mais atenção, talvez
uma solitária pinta no emaranhado de pixels.
No mais, apenas dúvidas. Talvez o vestido
tenha manchado com o vinho, o batom borrado com o beijo e as costas arranhadas
pelas unhas. O registro é a perpetuação de um instante em uma vida efêmera e
muito mais rica, mas o suficiente para despertar certezas nos protagonistas e
interrogações na audiência.”
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