Leila Cordeiro, Direto da Redação
“Desde novelas
como Roque Santeiro, o Astro (na primeira versão) e Vale Tudo não se via uma
mobilização tão grande em torno de uma novela e, principalmente,
quanto ao seu final como aconteceu com Avenida Brasil.
A fórmula de “quem matou o
vilão” ajuda, mas sem dúvida o que mexe com a cabeça do povo é ver o seu
dia a dia retratado na telinha com todas as nuances das dificuldades e
problemas que enfrentam para sobreviver.
Assim como, para
Joãozinho Trinta “pobre gosta de luxo”, o autor de Avenida Brasil, João
Emmanuel Carneiro, apostou no contrário, “pobre gosta do lixo”. E o
lixão tão explorado como gueto de pobreza, representou além de um fato que
existe, o lado difícil da miséria e de como ela pode mudar a cabeça de quem
passa fome e sofre toda a sorte de humilhações por não ter nascido com os
privilégios dos endinheirados.
Talvez esteja aí o sucesso
de tanta audiência. É certo que a Globo já usou sua verdadeira vitrine de ouro,
que é o horário nobre da emissora, para criticar, polemizar e ousar
politica e socialmente, coisa que não fazem em seu telejornalismo, engessado na
forma e no conteúdo, porque ali os interesses empresariais falam mais alto.
Por isso, ao permitir uma maior
flexibilidade dos autores em relação à abordagem de assuntos delicados, a
emissora faz uma conta de chegar e no final acaba equilibrando pesos e medidas
na preferência popular. E o povão, feliz da vida como o circo que lhe oferecem
de graça, acaba anestesiado pelo novo slogan “A Globo se liga em você”.
Artigo Completo, ::AQUI::
Comentários