Histórias de Fazenda Nova


Urariano Mota, Direto da Redação
 
Na vizinhança do lugar onde se encontra o maior espetáculo ao ar livre do mundo, a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, ouvi algumas histórias que conto agora. Esclareço logo que escreverei as mais legíveis, porque houve algumas muito acima de impublicáveis, dignas de Boccaccio pelo espírito e humor.

Esclareço ainda que estas linhas foram ouvidas e escutadas em solo profano, no quintal de uma casa de vila, acolhedora como a gente do povo do interior do Brasil. Pois bem, na tarde de 31 de dezembro de 2012, estávamos debaixo de uma árvore, no quintal da casa do seu Doca, um senhor bem humorado que vem a ser o personagem único dos relatos a seguir. Ali era servida uma buchada de bode,  com cachaça envelhecida, pagas pelo comerciante Alexandre Araújo, o Xande, rico em generosidade e sorte, porque é genro de seu Doca.

Tudo era alegria, com a buchada que era um pecado mortal, quando melhorou a partir da elevação da voz de Manoel, um dos filhos de seu Doca. E Manoel fala a primeira, apontando o pai:

“O véi um dia achou de caçar onça. Como ele é corajoso que só, foi com três cachorros, os amigos, espingardas, mas achou que dava mais coragem um latão de cachaça, que levava aberta no bolso. O diabo é que ele viu um vulto – ele garante que era a onça – passar ligeiro na sua frente, e o véi largou a espingarda, correu e pulou pro meio de uma árvore aberta em dois troncos, cheios de espinho na casca. Eu não sei como ele passou na brecha, mas quando chegou do outro lado, sentiu que a perna estava toda molhada, grudada na calça.  O que era aquilo? Aí, com pavor de ficar sem combustível pra coragem, falou pros parceiros:

- Tomara que seja sangue”.          
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