“Para mim não havia dúvida: Tostão era
melhor do que Pelé. Até que Pelé tinha seu valor: fazia jogadas insinuantes e
era quase infalível na área. Mas Tostão era maior do que ele, pelo menos no meu
time de futebol de botão. Pelé era uma "vidrilha", isto é, uma tampa
transparente de relógio de pulso transformada em goleador. Tostão,
por sua vez, era um botão de galalite brilhante, amarelo. Para compensar o
perna-de-pau que eu era em campo, tornei-me um exímio jogador de futebol de
botão. O artigo deste sábado (26) na coluna “Deixa Falar: o megafone do
esporte” é de Marcos Alvito
Redação, Carta Maior
Deixa Falar: o megafone do esporte
espaço de debates que sai quinzenalmente, sábado sim, sábado não, aqui na Carta
Maior, no blog do Juca e no Literatura na Arquibancada, debatendo o esporte em
geral e o futebol em particular, dialogando com a História, Política, Música,
Economia, Literatura, Cinema, Humor, apresenta nesta sua quinta edição artigo
de Marcos Alvito.
O tempo em que Tostão valia mais
do que Pelé
Marcos Alvito*
Para mim não havia dúvida, era fato incontestável: Tostão era melhor do que Pelé. Até que Pelé tinha seu valor: fazia jogadas insinuantes, penetrava com facilidade nas defesas e perto da área ou dentro dela era quase infalível. Mas Tostão era maior do que ele, pelo menos no meu time de futebol de botão. Pelé era uma "vidrilha", isto é, uma tampa transparente de relógio de pulso transformada em goleador. Por ser transparente, ficava bonito ver a cabecinha de Pelé recortada do jornal e devidamente colada no "meu" jogador. Tostão, por sua vez, era um botão de galalite brilhante, amarelo. À época eu nem pensava como se fazia o galalite, mas pesquisando descobri que o precioso material é um derivado, vejam só, do leite. São necessários de 15 a 85 galões de leite para fazer um miserável quilo de galalite. É claro que isso me faz lembrar a antológica frase de Gentil Cardoso tentando convencer seus jogadores a praticarem o jogo rasteiro:
“A bola é de couro, o couro vem da vaca, a vaca gosta de grama, então joga rasteiro, meu filho”
Com o devido respeito, o galalite vem do leite, o leite vem da vaca... e não há jogo mais "rasteiro" do que o futebol de botão: a bola só alça voo, normalmente, nos chutes, de resto os passes são colados à "grama".
Marcos Alvito*
Para mim não havia dúvida, era fato incontestável: Tostão era melhor do que Pelé. Até que Pelé tinha seu valor: fazia jogadas insinuantes, penetrava com facilidade nas defesas e perto da área ou dentro dela era quase infalível. Mas Tostão era maior do que ele, pelo menos no meu time de futebol de botão. Pelé era uma "vidrilha", isto é, uma tampa transparente de relógio de pulso transformada em goleador. Por ser transparente, ficava bonito ver a cabecinha de Pelé recortada do jornal e devidamente colada no "meu" jogador. Tostão, por sua vez, era um botão de galalite brilhante, amarelo. À época eu nem pensava como se fazia o galalite, mas pesquisando descobri que o precioso material é um derivado, vejam só, do leite. São necessários de 15 a 85 galões de leite para fazer um miserável quilo de galalite. É claro que isso me faz lembrar a antológica frase de Gentil Cardoso tentando convencer seus jogadores a praticarem o jogo rasteiro:
“A bola é de couro, o couro vem da vaca, a vaca gosta de grama, então joga rasteiro, meu filho”
Com o devido respeito, o galalite vem do leite, o leite vem da vaca... e não há jogo mais "rasteiro" do que o futebol de botão: a bola só alça voo, normalmente, nos chutes, de resto os passes são colados à "grama".
Artigo Completo, ::AQUI::
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