“Nobel de Literatura, Hermann Hesse é um
dos mais importantes escritores alemães do século 20 e sua obra provoca uma
espécie de culto místico. O autor do romance “O Lobo da Estepe” quis mudar-se
para o Brasil e, depressivo, foi paciente de J. B. Lang e de C. G. Jung
Edgar Welzel, Revista Bula
A Floresta Negra, no Sudoeste da Alemanha, é uma das
mais belas regiões do país. A área abrange quase a metade do Estado de
Baden-Württemberg — que, ao Sul, faz limite com a Suíça e, a Oeste, com a
França. A topografia é acidentada com vales, colinas e montanhas cobertas de
densa mata de pinheiros que, ao sol do verão, assumem uma cor verde-escuro
quase beirando ao preto, daí o nome de Floresta Negra. A Oeste, formando a
divisa com a França, serpenteia languidamente o Reno, a mais importante veia
aquática europeia, cujas nascentes têm suas origens nos Alpes suíços; em seu
percurso penetra o território alemão do Sul ao Norte, onde faz um desvio em
direção à Holanda e lá desemboca no rio Maas — formando um intrincado delta
cujos braços espraiam-se no Mar do Norte. A Floresta Negra estende-se além do
Reno, em território francês, onde as árvores são da mesma família e a cor
verde-escuro viceja. O que muda é apenas o nome: os franceses chamam-na de
Floresta dos Vosgues.
Em território alemão, no coração desta floresta,
encontra-se a pequena e pitoresca cidade de Calw, um nome que soa estranho para
os que não vivem na região. A localização geográfica de Calw, cujas origens
datam do ano 1075, também é estranha: a cidade encontra-se numa depressão. No
linguajar corriqueiro, diríamos que Calw situa-se num buraco. A cidade é
cortada pelo Nagold, rio que, em termos de Brasil, seria considerado riacho. Mesmo
assim, o Nagold, no passado certamente com mais água, teve uma importante
função na história da cidade. Até o século 19, o pequeno rio era a principal
via de transporte fluvial para os troncos de pinheiros da Floresta Negra. Eram
amarrados em balsa e transportados via rio Neckar até ao Reno, de onde seguiam
até à Holanda e, não raro, para a Inglaterra.
Durante quase toda a Idade Média, Calw foi um grande
centro de comércio — com estabelecimentos manufatureiros de couro, moinhos,
serrarias, marcenarias e artesãos de móveis e de construção de casas do estilo
enxaimel, a arquitetura típica da região.
O Sul da Alemanha, a partir do século 17
até meados do século 20, era fortemente influenciado pelo pietismo, o maior
movimento reformista dentro do protestantismo europeu após a Reforma
Protestante. Os pietistas, profundamente crentes, conservadores e
intransigentes a tudo quanto era novo, levavam o conteúdo da Bíblia ao pé da
letra e eram, por isso, considerados ortodoxos dentro do protestantismo.”
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