Graça Taguti, Revista Bula
Nem o Instagram, aplicativo cult,
disponível para celulares de sistema IOS ou Android, fica fora dessa. Porque,
vamos combinar, um bife a cavalo, com dois portentosos ovos estrelados por
cima, (com a gema ainda mole, para ser atacada por nacos de pão) parece ainda
mais saboroso se conseguir despertar — pela visualidade — a gula de todos os
explícitos e anônimos voyeurs de redes sociais sempre dispostas a acolher a
voracidade dos seus dentes nos olhos. Fome de imagens.
Iconofagia, como denominaria o pesquisador
Norval Baitello Jr — autor de interessante livro —“O Pensamento Sentado: Sobre
Glúteos, Cadeiras e Imagens”. Devoramos imagens e somos devorados por elas.
Numa reedição macabra do mito de narciso. Engolimos miragens também. Encaixados
em múltiplos avatares — ou surreais mosaicos de avatares, em sinergia com
personas virtuais alheias.
Hoje a coisa piorou. Não somos apenas
apaixonados por nós mesmos, como ratificaria o pensador Lipovetsky, em um de
seus livros “A Era do Vazio”, segundo o qual existimos em uma época circundada
pelo hipernarcisismo — e a decorrente egolatria.
Nossas interfaces primevas são nossos
espelhos. O paroxismo do antropocentrismo. A partir daí, uma série de
interfaces, plataformas midiáticas e ferramentas neotecnológicas, erguem uma fina
e às vezes invisível barreira entre nós e os instáveis fluxos do cotidiano.”
Artigo Completo, ::AQUI::
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