“A homossexualidade e o estado civil dela
decorrente - o casamento entre pessoas do mesmo sexo - está na ordem do dia.
Nas últimas décadas, poucos temas têm despertado debates e polêmicas tão
acaloradas - muitos deles destituídos de razão de ser, pelo simples fato de
estarem inteiramente baseados em ignorância e preconceitos
Luis Pellegrini, Brasil 247
Homossexualidade. Por que, afinal, um
comportamento sexual e afetivo que, a rigor, deveria interessar apenas a quem
carrega dentro de si a pulsão atrativa e o sentimento de amor pelo igual,
mobiliza tanta paixão, medo e ressentimento, até mesmo em quem afirma e está
convencido de não pertencer à categoria homossexual?
Um exame da evolução histórica da
homossexualidade pode ajudar a dissipar pelo menos uma parte das trevas que
ainda encobrem o tema e, nas cabeças de tantas pessoas, impedem uma sua melhor
compreensão.
Para começar, relações sexuais entre
pessoas do mesmo sexo existem desde os tempos das cavernas e provavelmente até
mesmo antes, como atesta até hoje a maioria das sociedades de primatas,
particularmente a dos bonobos (Pan paniscus). O bonobo é popularmente conhecido
por seus altos níveis de comportamento sexual. Os bonobos têm relações sexuais
– hetero e homossexuais – não apenas para a reprodução, mas também para
apaziguar os conflitos, adquirir status social, afeto, excitação e redução do
estresse. Junto com o chimpanzé-comum, o bonobo é o parente vivo mais próximo
do ser humano.
O historiador francês Michel Foucault, um
dos mais argutos pensadores da segunda metade do século 20, argumentou
reiteradamente que as identidades homossexual e heterossexual só emergiram no
final do século 19; antes disso, os termos descreviam práticas e não
identidades. Foucault cita um famoso artigo do psiquiatra e neurologista alemão
Carl Friedrich Otto Westphal, publicado em 1870, onde pela primeira vez aparece
a categorização do homossexual.”
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