Graça Taguti, Revista Bula
“Por favor, não me atirem pedras. Nem me
lancem aos coliseus pós-modernos sob a sanha de sua arroxeada indignação.
Aquietem, peço a vocês, dóceis criaturas, a fúria sanguinária dos pitbulls que
rondam crepusculares suas mais recônditas emoções. Afinal todos nós bebericamos
do nosso cotidiano sequelado pela cultura do “amazing” — os indefectíveis likes
retratando gélidas aprovações facebookeanas. Então, não me trollem, please.
Explicarei a seguir as razões da
peremptória afirmação do título acima. Nesta mesma semana, a mídia impressa
divulgou em dois veículos voltados a públicos-alvo distintos, matérias pautadas
no confronto da genialidade versus burrice.
De imediato, criaturas que se auferem
aquinhoadas por neurônios de valiosíssimos quilates, torcem o nariz enauseadas.
Sua supremacia intelectual é — e desde sempre foi — inquestionável. Haverá,
aliás, algo mais empedernido e simultaneamente taxidermizante que a vaidade?
A vaidade é o seguro de vida
plenipotenciário da autoestima, do amor próprio urdido por inabaláveis certezas
egóicas, relativas, por exemplo, ao robusto quociente de inteligência que
pululam em nosso currículo social. Isso, até que a morte nos separe, claro.
Pesquisadores das neurociências asseveram:
mesmo quem possui um QI altíssimo está sujeito a atitudes irracionais.
Cientistas desafiam nossa lógica com a máxima: todos podem ser geniais e
idiotas ao mesmo tempo.”
Matéria Completa, ::AQUI::
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