Eberth Vêncio, Revista Bula
“O combinado com os assessores papais era
que o papai aqui falaria com o pontífice após a santa missa em Aparecida do
Norte. Então, catei o meu saco de pipocas tamanho dois reais (portas de igrejas
que não possuam pipoqueiros, cachorros decadentes, ou pombos defecando,
simplesmente não merecem a menor consideração deste energúmeno que vos fala, ou
melhor, vos escreve) e arrumei um cantinho no enorme templo, embaixo de uma
santa cuja vela de sete dias fumegava e, de tempos em tempos, gotejava cera
quente sobre a minha careca, especialmente quando os meus pensamentos se
desprendiam da cerimônia rumo às “pernas de louça da moça que passa e eu não
posso pegar”. Um sinal do Além? Castigo de Deus? Burrice minha ficar ali
parado, a ser respingado por cera derretida?
Escrever para veículos de comunicação
relevantes tem dessas coisas. Mesmo sendo a ovelha mais desgarrada da redação,
um de seus articulistas mais desarticulado, fui escalado pelo meu fervoroso
editor católico (apesar de atuar no segmento carismático, o sujeito é de uma
antipatia que só) para cobrir a passagem do papa pelo país. Penso que foi
proposital, represália, uma espécie de penitência para eu cumprir, um corretivo
mais didático que suportar cinquenta chibatadas com o sutiã da gorda Carol ou
ler a autobiografia de Eike Batista. Que canseira.”
Artigo Completo, ::AQUI::
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