Reflexões para idiotas



Felipe Guerra, Revista Bula

“Possível ignorância minha, não entendo muito bem em que momento as pessoas passam a ter o direito de chamar as outras de idiota

Certa vez, ouvi o acadêmico Norval Baitello Junior explicando que tudo o que os seres humanos transmitem e recebem passam por um a três graus de compreensão. O primeiro deles é a informação, que basicamente corresponde à maior parte do material a que temos acesso nos dias de hoje. É um conteúdo superficial e genérico. Matérias resumidas e postagens em redes sociais digitais, por exemplo. Em seguida, chegamos ao conhecimento, que faz menção a alguma interpretação a partir da informação, aproveitando o fato de já termos tido contato com outras informações relacionadas. Por último, há a sabedoria, esta que, sim, compenetra intensamente em nossas vidas. A sabedoria é o conteúdo que passou por todas as fases e, de modo mais concreto, colabora com nossas reflexões e decisões.

Muito importante: ele não menosprezou, em momento algum, a vida na superfície das informações. Não sei, na verdade, se ele as menosprezaria longe dos holofotes (ou se encontraria razão para fazê-lo). Talvez seja apenas um acadêmico polido e politicamente correto. Talvez não. De qualquer maneira, ele, conhecedor e estudioso da comunicação social há várias décadas, reconhece o valor da informação e sabe transmiti-la de modo a instigar o debate. Deve entender que atacar as pessoas definitivamente não é o meio mais eficaz de promover mudanças, tanto quanto deve saber que o aprendizado delas provém de diversas fontes, mesmo aquelas às quais podemos não dar tanto valor.

Ele falou sobre isso em uma palestra a respeito das mudanças comportamentais intensificadas pelo advento e popularização do computador e da Internet. Bem sabemos, a Internet é o palco perfeito para que todos virem formadores de opinião aproveitando o gozo da liberdade de expressão que nos é garantida constitucionalmente. Isso pode ser sensacional, pois sabemos, por exemplo, que o jornalismo produzido por grandes empresas de comunicação é plenamente incapaz de suprir a sociedade de tudo o que realmente interessa — pelo volume de conteúdo e por interesses econômicos, editoriais e políticos, entre outros. Por meio de atos ousados, descobrimos realidades escondidas, somos desafiados a analisar novas possibilidades e a estimular o debate.”
Artigo Completo, ::AQUI::

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