Deputada italiana leva filha para sessões do Parlamento Europeu

Victoria, a filha de Licia, foi ao Parlamento pela primeira vez com 44 dias de vida (Reprodução / Facebook)

Licia Ronzulli chama a atenção para o problema da jornada dupla feminina e a falta de creches


Desde 2012, deputada italiana Licia Ronzulli leva sua filha para sessões do Parlamento Italiano e Europeu. A criança, Victoria, foi ao trabalho da mãe pela primeira vez quando tinha apenas 44 dias de nascimento. A menina já atrasou uma votação por causa de seu comportamento, mas sua presença não causa grande incômodo. Além de ter motivações afetivas, a atitude de Licia chama a atenção para o problema da jornada dupla feminina e falta de creches.

As regras europeias permitem que a deputada leve sua filha ao Parlamento, mas ela lembrou que muitas vezes as mães trabalhadoras não têm opção. As conquistas feministas permitiram que mulheres atuassem no mercado de trabalho, mas ainda não garantiu a divisão igualitária dos trabalhos domésticos ou o acesso a creches. Frequentemente, as mulheres enfrentam uma jornada dupla: no emprego e em casa.

Na Itália, a licença maternidade concedida é de cinco meses, sendo que dois deles são cumpridos antes da data prevista do nascimento. Já no Brasil, o período mínimo de ausência é de quatro meses, podendo chegar até seis, tempo recomendado de aleitamento materno. A partir de então, o recomendado é que o filho seja matriculado em uma creche para a mãe poder retornar ao trabalho.

Entretanto, o Brasil apresentou em 2013 um déficit de 8 milhões de vagas em creches públicas para crianças de até três anos, segundo dados do Ministério da Educação. Em São Paulo, 127 mil mães ficaram sem vagas para os filhos, de acordo com o Ministério Público e Defensoria Pública de São Paulo. Até o fim de 2014, o Ministério da Educação pretende construir seis mil creches, já que a oferta atual atende menos de 25% das crianças de zero a três anos.”

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