A picaretagem de Lindsay Lohan e Naomi Campbell e o apoio de celebridades a políticos

É tóis
DCM

"O apoio de gente famosa a políticos ou causas serve, de maneira geral, como uma via de mão dupla: candidatos podem ter credibilidade, mas não têm fãs ardorosos; celebridades têm fãs ardorosos, mas não credibilidade.

Para os artistas, é uma oportunidade de parecer que eles se importam com algo além de si mesmos. Ajudam também, em tese, a humanizar o político com um toque pop.

Em tese.

Não existe uma pesquisa que ateste que alguém votou por causa do que o cantor ou o ator falaram. Uma pesquisa nos EUA, onde o culto maluco ao celebritismo nasceu e virou um monstro, registrou que menos de 10% dos eleitores foi influenciado pelo apoio de um famoso nas eleições de 2004.

A falta de resultado prático não impede marqueteiros de abusar de depoimentos. Esta campanha ficou marcada por três flops globalizados.

O primeiro foi o caso Mark Ruffalo, o Hulk dos “Vingadores”, galã sensível e engajado, que saiu tecendo loas a Marina Silva até descobrir a posição dela sobre casamento gay — quer dizer, até descobrir que Marina Silva era Marina Silva.

Ruffalo fora uma conquista do cineasta Fernando Meirelles, que o dirigiu em “Ensaio Sobre a Cegueira”. Assim que ele caiu fora, o desespero da equipe de Marina para tentar convencê-lo de que ela era aquela ambientalista que lhe venderam já entrou para os anais das trapalhadas eleitorais.

Ruffalo, ao menos, parecia espontâneo. Diferente da fraude protagonizada por Lindsay Lohan e Naomi Campbell, que tuitaram nas redes sociais seu desejo de ver Aécio Neves presidente do Brasil.

Lindsay virou imediatamente piada, dado seu prontuário policial. A modelo Naomi, com mais horas de rehab do que urubu de vôo, também não ajudou. Instaurou-se um conflito armado na internet, com petistas exibindo o vídeo de Chico Buarque e o do ator Danny Glover como armas (!?).

Não bastasse o fato de que ninguém se importa com o que elas pensam, a coisa toda era o que parecia: uma armação.

Elas usavam a mesma foto de Aécio modo triunfante, camiseta preta, meio suado, em seu comício no Rio de Janeiro. Nos tuítes de ambas lia-se a hashtag #htvbr.
É a abreviação de Hollywood.TV, uma empresa americana com filial no país desde 2013. A Hollywood.tv deu uma “matéria” em seu site alardeando o posicionamento de Lindsay e Naomi.

Jairo Soares, um dos sócios, afirma que se utilizou de sua “influência” para os posts. Aecista de coração, ele teria dado apenas “alguns telefonemas” para conseguir realizar seu plano genial.

(Soares deve estar, neste momento, tomando champanhe com os estafetas, rindo alto, orgulhoso de ter colocado o nome de sua firma na boca do povo, ou algo que o valha).

Lohan, provavelmente num lapso de sensatez, aconselhada por seu time, apagou o tuíte em poucas horas. O de Naomi continua lá. Deve sumir em minutos, também, como o da colega. Mas o cheiro de picaretagem, ah, esse vai segui-las por um longo tempo. A essa altura do campeonato, depois de Alexandre Frota e Dado Dolabella, não era algo de que Aécio precisasse."

Comentários

Unknown disse…
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