Finados e crônicas ainda?, por Rui Daher


 por Rui Daher, GGN -

Sim, já deveria estar raleando minhas escritas aqui para tratar do prometido livro, como se faz com as uvas-bebês do Vale do São Francisco (Ariano Suassuna me convenceu a parar com essa bobagem de usar o termo postagem; perguntou-me onde se lambe e cola o selo?).

Darcy Ribeiro aduziu: “porra, tinha coisa melhor do que ir ao correio e ser atendido pela mulata Jussara, que lambia os selos por mim, com olhar maroto? Que tipo de envelope estaria ela imaginando?”

Interveio, porém, uma galhofa de um grupo de amigos de esquerda em que participo. Segue:

Este final de semana temos o ENEM e o horário de verão. Para quem votou 13 precisa adiantar o relógio em uma hora, e pra quem votou 17 precisa atrasar o relógio em 473.040 horas, aproximadamente, para chegar em 1964”.
E não é isso mesmo?

Nem tanto para nós, os meritocráticos de araque, por origem, que me envergonham. Odeio quem insulta o Brasil com seus umbigos inchados e disformes, mesmo tendo a oportunidade de estudar. Descrevo-os:
  1. Acham o PT responsável pela atual situação econômica do Brasil;
  2. Usaram Congresso, Judiciário (Moro) para impedir a volta de Lula;
  3. Mataram Marisa Letícia, uma militante das causas do ABCD paulista e cuidadora de seus filhos e netos;
  4. Condenaram a família Lula da Silva para estarem à vontade para o golpe;
  5. Estigmatizaram o PT como fundadores da corrupção, em uma mão só, sabendo-a secular;
  6. Escolheram, de forma absurda e populista, um capitão e um juiz de piso, despreparados, ignorantes, e sem a menor qualidade para serem estadistas, em um mundo em transformação;
  7. Um ministro da Ciência e Tecnologia especialista no segmento em que temos liderança mundial, a astronáutica. Mas, discutem, vender a EMBRAER, aí sim mais avançados;
  8. Enfim, é o que vivo desde o comício de 13 de março de 1964, por João Goulart, na Central do Brasil, Rio de Janeiro, cidade mais linda e rebelde do Brasil, que pensei iria entender os riscos do País de Jair.
  9. Nem mesmo sei pronunciar as escolhas cariocas, de tão antagônicas a Leonel e Darcy. Witzel, Wetzel, João Eltze, o velho árbitro, else, os demais em inglês, como qualquer um?
  10. Confesso, no entanto, uma covardia inaudita. Tenho tido muito medo. Me assustam os carrões, faróis brilhantes de ignorância, colados em minha traseira. Querem ultrapassar-me ou me comer? Cedo os dois atos. Apenas não me dirijam palavras ou esfreguem suas bandeiras verde, amarelas e azuis em meu rosto.
  11. Eu, o onze, o ponta-esquerda, as verei na forma de suástica.

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